domingo, 7 de novembro de 2010

Uma conversa que pode ser interpretada pelo tempo...


Ele: Um pouco antes de despertar de uma noite de sono, em frações de segundos antes de abrir os meus olhos, veio tua imagem junto com a imagem daquele sol que lhe afagava, me esquentava e fazia-me feliz, por saber que estávamos tão próximos, partilhando do mesmo calor... mas dessa vez foi diferente... o sol não brilhava, não transmitia-me calor...essa imagem veio em preto e branco.

Ela: Esse frio que toma conta do seu corpo e me traz apenas solidão, meu corpo não caminha mais de encontro ao teu, ele tem outra direção, lembrar de você, me faz querer-te por perto, mas sei que não será o mesmo que conheci, que se doava quando aquela musica tocava e eu sentia seu corpo junto ao meu. Realmente algo deu errado, muita coisa na verdade, e o brilho dos seus olhos, o calor do meu corpo agora são apenas escuridão.

Ele: Foram tantos arrepios, tanta felicidade, tantos batimentos desconcertantes e progressivos de um coração adormecido, este sol chegou de uma forma tão graciosa, sublime, suave, que fica difícil parar um momento para conseguir achar os verdadeiros motivos do nosso calor ter se entregado a esse frio e da nossa luz ter concedido uma aproximação tão voraz da escuridão...mas quando aquela música toca, eu me lembro que o frio e a escuridão eram nossas escolhas para ambientizar a consagração da nossa luz e do nosso calor uma vez encontrados...e isso me faz ter menos medo do frio e da escuridão.

Ela: Tive momentos que procurei loucamente sensações que só você me trasmitiu, coloco aquela música e é impressionante como me desloco para a cena que o oleo deslizava em meu corpo, enquanto a musica acompanhava as batidas do meu coração, sua mão quente e sua respiração tomava conta de mim, sei que nós escolhemos a escuridão o frio, faziamos dele abrigo para momentos jamais explicados ao nascer do sol, e é quando está frio e escuro que lembro o quanto sinto falta.

Ele: Todas as lembranças do teu cheiro alucinógeno, das curvas do teu corpo, da tua voz, da forma que você me olhava enquanto tuas mãos e tua boca exploravam o meu corpo, dos arrepios vindos junto com a vibração grave que aquela música emitia, estão guardadas em minha memória, e ao lembrar delas, eu consigo enxergar uma luz ao meio de toda essa escuridão, e eu consigo sentir mais perto o calor que só teu sol tem, isso faz brotar um sorriso ingênuo e conformado no meu rosto, e aquela pontadinha de certeza de que todo esse frio e escuridão um dia poderá ser apenas um pequeno túnel que de alguma forma nós tínhamos que passar para poder perceber o quanto é melhor ter luz e calor a nossa volta.

Este texto foi baseado em um outro texto meu chamamdo: Uma Conversa que pode ser interpretada por poucos. http://biraacarnedosdeuses.blogspot.com/2010/08/uma-conversa-que-pode-ser-interpretada.html
Na idéia de explorar os efeitos do tempo a um sentimento considerado tão forte.

Um comentário:

  1. É nessas horas que me faltam palavras para expressar tamanha satisfação, sentimento de papel comprido o/

    ResponderExcluir