domingo, 18 de novembro de 2012

Renovando uma Alma...



Serena, era como poderia descrever a paz  reluzida pelos olhos que reproduzem a textura do mais doce mel, onde o medo é repelido pelo afago, onde a dor é condenada a sentença do prazer eterno.

A alvorada traz consigo a forte lembrança da justiça do tempo, os olhos fundos, vermelhos e pesados faziam  a composição explícita do desgosto em respirar, fazendo a palidez e a fumaça do cigarro passarem despercebidas pela concepção do limite, pois os sonhos que sempre chegam com suas doses homeopáticas de esperança já não tinham mais o seu lugar, pois a vontade de estar em paz com Deus já se demonstrava entregue ao desprazer do sentir.

O desencadear do acaso entorpece a mente com suas interrogações, assim como o sal úmido que escorria pelos braços, traçando seu caminho entre os pelos, fazia todas as sinapses perceptivas apontarem para o horizonte, e o azul infinito era o lembrete da parte bonita dos conflitos maranhosos que a vida me permite desfrutar.

Entre as esquinas e os não saberes, se encontra os convites mais instigatórios, assim pude ter a clareza dos leques opcionais, assim pude me reencontrar, mesmo sem ter a mínima ideia de quem sou, o caminho só, não é o desejo dos que buscam a liberdade, mas sim dos que buscam alguém para libertar.  

A voz que arrepia o pé do pescoço também pode dar o nó na garganta, o cheiro que gela a barriga e esquenta o peito pode consumir a mágoa, mas eu deixo o gosto do sal desse oceano lavar minha alma, para enfim levantar o meu queixo, olhar ao horizonte, sorrir novamente, e continuar andando.

Bira Senna
18/11/2012

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Frère...


A sorte é preciso tirar para ter?

Não ao lado de uma semente fértil do seu sangue, porque a força magnética que emana desses corpos apontam para a mesma fonte.

Pelos olhos dele se encontra toda a coragem que te falta, porque os poros do seu corpo estão inundados da mais pura adrenalina, o tremor dos seus ossos soão como um despertador á sua gana de ser alguém melhor; Em um mergulho ainda mais profundo eu encontro o bem verdadeiro, o amor perdido e a solidão mais silenciosa.

Não é por coincidência que tudo de ruim que está  presente, foge desesperadamente ao seu chegar, tão pouco pareceria loucura ao afirmar que sorrisos brotam de forma sublime ao primeiro contato olfativo do passivo-agressivo Malbec. Das suas cordas vocais se ouve esperança, dos seus pensamentos se absorve desafios, das suas definições se admira personalidade, das suas dedicações se entorpece persistência.

Do seu amor se ganha alguém para confiar a vida, do seu respeito se extrai o significado de ser um homem, da sua alegria grava-se as melhores memórias que nunca mais desaparecerão, do seu sermão maduro se aprende sobre ser humano.

Quando vem a mágoa, e as palavras ditas esfaqueiam a pele como lanças afiadas, toda a raiva que invade o momento se recolhe em um canto escuro ao notar a presença do medo de não tê-lo mais como um companheiro dessa vida, então logo são expulsos á amedrontadora força da nossa clareza racional, que coloca novamente em fronte de combate o nosso amor, nosso respeito e nossa confiança.

O acaso do destino tirou o compartilhamento do tempo de ser criança, mas deu de mão beijada a alegria do encontro, a oportunidade de unirmos nossas almas, juntarmos forças nesse mundo de cão e juntos finalmente alcançarmos um sentido a toda essa loucura que tanto gostamos, vida.

Yuri Rodrigues Sena, meu irmão, meu sangue, meu companheiro, meu amigo, meu filho, meu pai, o homem que mais respeito nesse mundo, dedico a você esse texto, de forma sincera, mas nem um pouco completa, pois a melhor parte de ter você como meu irmão é impossível ser convertido em palavras.

Bira Senna
05/11/12