terça-feira, 2 de outubro de 2012
Felina
Sagaz, é como eu resumiria o olhar da felina.
Uma tela branca com pintas surrealistas ao realce cativo.
As feridas no peito se camuflam sob o bojo volumoso.
Não diferente da espessura da sua capsula de proteção composta com pitadas de arrogância que parece indestrutível, mas não sobrevive ao poder enigmático do seu doce e sincero sorriso.
Sabe sentir cada toque porque sabe do que sua carne é capaz.
Sabe conquistar o que deseja quando se mostra mulher, escondendo seus sintomas de menina.
As sombras do passado implodiram a ponte que costumava ligar amor e confiança.
Aprendeu a classificar as pessoas de forma egoísta para se sentir melhor, mas não vê que só procura defeitos para aflorar motivos a fuga do seu poder de se sentir normal.
Se perde e se encontra todos os dias em seus emaranhados comportamentais, seus pensamentos racionais colidindo contra sua pseudo-fraqueza: esperança emocional e deslumbre sentimental ao oposto.
Sonha com o dia em que tudo será um pouco mais justo, ou pelo menos o suficiente para levantar uma bandeira branca e deixar-se cair.
Acorda , e por alguns segundos consegue ver brilho sincero no reflexo da sua íris através do espelho, logo depois, faz sua expressão mais ensaiada de mulher forte e só à tira para ter alguns pensamentos antes de dormir.
Ela duvida da beleza da vida, mas sabe que é uma artista, sabe que desenha sorrisos em cores alegres, iluminando tudo e todos a sua volta, esperando o seu dia de ganhar um pouco de luz.
Bira Senna
02/10/2012
Assinar:
Postagens (Atom)