A real, é que eu sinto a energia que provoco, e isso me engrandece, o desejo, a bebida, a angústia, o vício, o sexo, o romance, a lua, uow! A lua! Ela é minha! Ela faz parte de mim! Minha luz, minha carta na manga, capaz de fazer todos pararem tudo nem que por um segundo, você olha, quem não olha?
Minha existência tem até trilha sonora, quando eu chego a música começa, os sorrisos desabrocham sem timidez, o vento soa mais alto, as luzes fazem desenhos surrealistas pela cidade, e quanta luz!! Não que eu tenha algo contra ela, mas é que sinto que minha beleza fica muito mais evidente na sua ausência... louco né? Dizem que cada pessoa tem sua estrela, mas eu tenho milhares delas, cada uma representa uma parde do que sou ou do que posso ser.
Mas nem tudo é um mar de rosas, o equilíbrio da vida promove a pior das compreensões que adquirimos sobre a vida, de que o bem e mal são energias do mesmo porte, e que ambas estão e sempre vão estar constantemente presentes; eu trago a dor, o medo, o arrependimento, a insônia, a agonia, a frustração; e isso me provoca uma dúvida eterna, se o amor que sentem por mim é tão grande, se muitos aguardam todos os dias ansiosamente pela minha chegada, se chegam até sentir tristeza com a minha partida, porque eu então é que tenho que assumir a responsabilidade de ser a ponte de conexão entre o antigo e o novo? Não que eu tenha preconceito contra pessoas que procuram amadurecer e se renovar, mas quando essas pessoas mudam, elas só praticam essa mudança na minha ausência, porque quando eu chego é como se tudo tivesse voltado ao normal, ao antigo.
Mas não vou ficar aqui dramatizando lamúrias ao léu, afinal já são 5 da manhã e eu tenho que ir embora, passou rápido mas... é sempre assim né, eu acabo passando em um piscar de olhos e nunca parece que foi tempo suficiente; meu nome? Noite.
Bira Senna